Esta é a segunda conversa da nossa sexta e última memória, intitulada "A Pergunta", dedicada aos direitos humanos.
As malhas que a ideia dos direitos humanos tece são agora muitas; poderíamos contar uma infinitude de histórias com elas. O rio subterrâneo de que tenho vindo a falar apareceu agora à superfície, mas não julguem que foi num enorme caudal. Os direitos humanos não são, ainda, uma ideia dominante entre as elites políticas e económicas e provavelmente também não entre as massas. A imagem que podemos ter não é a de um enorme estuário de um rio prestes a entrar no mar, mas antes a de inúmeras pequenas correntes num solo seco e crestado, prestes a engoli-las de novo. Ainda assim, à diferença de outras histórias que contámos antes, a ideia de direitos humanos não está agora dependente de apenas uma linhagem. São agora umas centenas, talvez milhares ou, com sorte, milhões de humanos que são capazes de levar essa ideia para a frente.
Agora, agora e mais agora — seis memórias do último milénio, é um podcast de história para tempos de quarentena. Por Rui Tavares.
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