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Literatura de Cordel
Literatura de Cordel é uma literatura popular, feita com base na cultura popular, em relatos da tradição oral. Ilustradas com técnica de xilogravuras, as obras eram impressas em folhetins de produção barata, sendo destinadas ao grande público. Teve grande preponderância no nordeste brasileiro.
O nome literatura de cordel tem sua origem em Portugal, onde os livros eram vendidos pendurados em cordéis, ou seja, fios de barbante. As cantigas dos trovadores medievais, que transmitiam notícias através de versos, estão na base da literatura de cordel.
Características da literatura de cordel
- Utilizavam uma linguagem informal, com rimas fáceis de cantar e decorar.
- Relatavam temas cotidianos, históricos e religiosos, bem como lendas do folclore brasileiro.
- Falavam sobre o relacionamento entre as pessoas, quer amoroso, quer social.
- Faziam críticas sociais e políticas, recorrendo ao humor, sarcasmo e ironia.
- Os autores exprimiam suas opiniões nas suas obras.
Autores de literatura de cordel
- Leandro Gomes de Barros;
- Francisco das Chagas Batista;
- João Martins de Athayde;
- Cuíca de Santo Amaro;
- Apolônio Alves dos Santos;
- Firmino Teixeira do Amaral;
- João Ferreira de Lima.
Obras de literatura de cordel
- A seca do Ceará, de Leandro Gomes de Barros;
- O Justiceiro do Norte, de Rouxinol do Rinaré;
- Epopeia do Boi Corisco, de José Vidal dos Santos;
- O cachorro dos mortos, de Leandro Gomes de Barros;
- História das Sete Cidades da Serra da Ibiapaba-Ce, de Apolônio Alves dos Santos;
- Peleja de Pinto com Milanês, de Severino Milanês da Silva;
- A história emocionante de Celeste e Bitião, de Gonçalo F. da Silva;
- Antônio Silvino, o Rei dos Cangaceiros, de Leandro Gomes de Barros.
Poesia de cordel
E Tudo Vem a Ser Nada
Tanta riqueza inserida
Por tanta gente orgulhosa
Se julgando poderosa
No curto espaço da vida
Oh! que idéia perdida
Oh! que mente tão errada
Dessa gente que enlevada
Nessa fingida grandeza
Junta montões de riqueza
E tudo vem a ser nada
[...]
(Silvino Pirauá)
A Discussão do Carioca com o Pau-de-Arara
[...]
Certo dia feriado
sendo o primeiro do mês
fui tomar uma cerveja
no bar de um português
lá assisti uma cena
agora pego na pena
para contar pra vocês
Quando eu estava sentado
chegou nessa ocasião
um velho pernambucano
daqueles lá do sertão
com a maior ligeireza
foi se sentando na mesa
pediu uma refeição
O português logo trouxe
um prato grande sortido
o nortista vendo aquilo
ficou logo enfurecido
com um gesto carrancudo
começou mexendo tudo
depois falou constrangido
Patrício não me leve a mal
nem me queira achar ruim
toda espécie de comida
que você tem é assim?
desculpe minha expressão
mas a sua refeição
não vai servir para mim
[...]
(Apolônio Alves dos Santos)
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