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A cultura está de parabéns: o Ípsilon faz 25 anos

27.11.2025
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No dia 10 de Novembro de 2000 os leitores do Público pegaram pela primeira vez no novo suplemento de cultura do jornal. Chamava-se Y, só a letra, depois, passou a chamar-se Ípsilon, por extenso, em 2007 e, num exemplo raro de longevidade e vigor, continua a ser publicado até aos nossos dias. Exemplo raro por razões óbvias e muito pouco simpáticas: a cultura, das artes aos espectáculos, dos palcos à criação, tem sido uma das principais vítimas da crise da imprensa. O ípsilon pode hoje reclamar-se com muita probabilidade de se o mais importante suplemento de cultura em língua portuguesa.

Há muitas razões capazes de explicar este estatuto e esta façanha. Em primeiro lugar, os nossos leitores, que continuam a ser a razão de ser do suplemento. Depois, a equipa da secção de cultura e os nossos colaboradores, gente com conhecimento, saber e com antenas viradas para o que se passa no país e no mundo. Mas há outra razão particular para a durabilidade do ípsilon: a sua irreverência, o seu inconformismo e a sua mania em escolher de acordo com as cabeças que o pensam.

Escreve Vasco Câmara, o seu primeiro editor, no suplemento especial de 96 páginas que hoje chega às bancas (custa 9.90 euros) : “os jornais têm medo, não é figura de estilo, de desestabilizar o leitor. Ou a sua rede social. Quando, na verdade, é isso o que nos sobra: desestabilizar...”. Continua Pedro Rios, o actual editor: estarmos disponíveis para ser invadidos pelos objectos da cultura, eis o que temos tentado fazer nos últimos 25 anos.

Mais do que um suplemento, o ípsilon tem sido uma montra de riscos e de apostas. Foi essa atitude que promoveu algumas das maiores surpresas da cultura portuguesa e mundial do período. É um suplemento elitista, fechado em nomes ou correntes minoritárias? Muitas vezes, sim, mas não é isso que os seus leitores querem? Ser confrontados com objectos que lhes invadam a atenção? Com o inesperado? O surpreendente? É isto ou também isto que vai ser discutido esta tarde, na discoteca Lux, em Lisboa, a partir das 14h30 num dos momentos de comemoração deste quarto de século do ípsilon.

Antes, porém, marcámos encontro com os dois maiores culpados deste projecto: Vasco Câmara e Pedro Rios, o primeiro e o actual editor do Ípsilon.

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