Eu criei uma mochila com bateria pro meu filho poder viver fora do hospital
A vida do Léo começou com um sinal. Literalmente. Quando a Aline pediu ao filho, ainda na barriga, que levantasse o pescoço durante uma cirurgia intrauterina se quisesse lutar para nascer, ele atendeu. Era só o começo de uma história muita força e amor.A chegada do Léo foi desejada e tudo indicava um nascimento tranquilo. Mas um laudo mudou o rumo de tudo: Síndrome de Caos, uma obstrução rara da traqueia que impedia o bebê de respirar ao nascer. A única chance seria uma cirurgia intrauterina, inédita no mundo, que foi bem sucedida. Mas com um mês de vida, o Léo enfrentou uma infecção grave e perdeu todo o intestino. Disseram que só um transplante nos EUA, que custava 1 milhão de dólares, poderia salvá-lo. Após quase um ano, a Aline finalmente levou o filho para casa. Mas o hospital ainda morava com eles: sondas, oxigênio, respirador, protocolos, medos. A mãe se tornou técnica de enfermagem da vida real. E ainda assim, por muito tempo, apenas sobreviveu com o filho paciente.Até que, durante mais uma internação crítica, Aline fez uma promessa. Se saísse daquela, faria tudo diferente. Colocaria vida dentro do tratamento. E viver era descer até o parquinho com o filho e os aparelhos amarrados no carrinho. O sorriso do Léo naquele dia mudou tudo. Ele nunca mais teve uma internação prolongada desde então. Aline entendeu que viver cura, mesmo que a doença continue ali.Mas a vida continuava colocando obstáculos. Um deles foi quando um segurança no Cristo Redentor não liberou o uso de uma tomada para aspirar a traqueo do Léo. Aline e o marido, então, criaram uma mochila. Uma mochila com bateria que daria autonomia aos aparelhos do filho. O que era solução para uma dor, virou luz para outras famílias.A mochila virou a OutCare, um produto que em 2023, ajudou 50 crianças com diversas síndromes.7 já foram beneficiadas em outra campanha. A Aline deseja que nenhuma criança viva confinada por causa de um cabo de energia.Hoje, o Léo é um menino que não fala, não enxerga, mas entende tudo e se comunica com beijos e palmas, e que junto da mãe criou uma forma de dizer a outras famílias que sim, dá para viver mesmo com todas as limitações.Porque, no fim das contas, talvez o Léo nunca tenha precisado ser curado. Talvez ele tenha nascido pronto para curar o mundo ao redor.Ajude a custear mochilhas OutCare para outras crianças, doe para o pix [email protected]